segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Motor Reimspiess

Esta história vem de longe... muito longe no tempo. E, merece, ao menos, uma breve referência.


"À CEZAR O QUE É DE CEZAR"



Pensando bem, talvez não seja correto chamar de "Motor Volkswagen", este motor do tipo boxer refrigerado a ar que equipava automóveis da montadora Volkswagen, ou mesmo (com projetos mais avançados) os super-esportivos da Porsche.

Para se fazer justiça histórica, acho que devemos chamá-lo de:

MOTOR REIMSPIESS,

em homenagem a FRANZ XAVER REIMSPIESS, jovem engenheiro austríaco, verdadeiro projetista deste marco da engenharia de motores, que apresentou seu motor a Ferdinand Porsche e este, com sua genialidade enxergou a maravilha que lhe estava diante dos olhos e o incorporou ao "Carro do Povo". Franz também foi o responsável pelo desenvolvimento de outras partes do “sedan do povo”, notadamente na suspensão.



O Professor Porsche havia rabiscado como motor para seu carro um propulsor do tipo radial inspirado nos motores de avião daquela época (década de 1930). Abandonou a idéia e chegou a produzir um protótipo de motor de cilindros verticais com pistões que funcionavam aos pares. Tinha, este último, como inconveniente, possuir vibrações muito elevadas e deficiência na refrigeração. Um motor de dois cilindros contra-postos (boxer) também foi objeto de estudos e não avançou. Quando as coisas pareciam não caminhar, Reimspiess, engenheiro de sua equipe, apresenta sua idéia.



Escrevo sobre Franz Xaver Reimspiess porque o brilho do gênio de Porsche o ofuscou. Isto não me parece justo.



Sem a solução dada pelo engenheiro austríaco ao propulsor (tanto Porsche quanto Reimspiess eram austríacos), talvez o “carro do povo” não existisse. Era, na verdade, o motor o grande nó do projeto de Ferdinad. Dependia da solução deste (principal) item o atendimento às exigências “técnicas” de Hitler (outro austríaco). Entre elas: preço, consumo, velocidade, etc. A demora no deslindar da questão, talvez, e muito provavelmente, não permitisse a finalização de praticamente todo o projeto antes do início da guerra. Com a conseqüente derrota alemã ele não teria andamento. O Porsche, modelo “carro do povo”, só passou para a história porque terminada a guerra ele estava ali: prontinho para ser produzido.



Faço referências a Reimspiess, e ao próprio Porsche, porque entendo que o hoje conhecido como Fusca não é um produto da Companhia Volkswagen. Ele existia antes da Empresa, sendo, na verdade, a razão de sua fundação. O “Besouro” é o mais genuíno de todos os Porsches. O classifico como o modelo sedan da Porsche.



O que estou fazendo é nada mais do que olhar uma história conhecida sob um ponto de vista diferente. Procuro desta forma valorizar o intelecto humano.



A Volkswagen que me desculpe mas o Fusca é um PORSCHE impulsionado pelo MOTOR REIMSPIESS. E não ficamos somente nisto. A autoria do emblema da Volkswagen também é de Reimspiess.



O primeiro produto da Montadora Volkswagen foi a Kombi. Em 1947 numa reunião da qual participavam Ingleses que detinham a administração da fábrica onde o carro Volkswagen foi produzido, um empresário holandês, Ben Pol era seu nome, teve a idéia de construir um monovolume que utilizasse o “motor ar”. Ben Pol, ou um oficial do Exército Inglês que participava da reunião, há divergência sobre o autor, teria rabiscado num papel a forma que viria ser adotada na Kombi, ou Type 2 como foi inicialmente designada a identificação do veículo. Posteriormente o carro recebeu o nome de “kombinationfahrzeug”, traduzindo: veículo de uso combinado. Os Ingleses não se interessaram pela produção do utilitário. Quando as tropas britânicas deixaram a fábrica, em 1950, teve início a produção da KOMBI.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Reflexões

"O homem comum se adapta ao mundo, o homem fora do comum persiste em fazer o mundo adaptar-se a ele, portanto, o sucesso depende do homem fora do comum."
Bernard Shaw

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Rafale "Subindo no Telhado"

"7 de setembro de 2010 13:51


Lula vai analisar compra de caças após eleições, diz Jobim

reuters

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta terça-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai avaliar após as eleições a aquisição de caças para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB).

"O presidente deseja fazer a decisão ainda este ano", disse Jobim durante o desfile de 7 de Setembro em Brasília.

"Depois das eleições, o presidente vai analisar o assunto", acrescentou. O primeiro turno das eleições ocorre em 3 de outubro, e o segundo, dia 31 do mesmo mês.

No ano passado, o Brasil abriu licitação para a compra de 36 aviões de combate num acordo que pode superar os 4 bilhões de dólares.

Fazem parte da concorrência o caça francês Rafale, da Dassault, o sueco Gripen NG, da Saab, e o F-18, fabricado pela Boeing.

No dia 7 de setembro de 2009, durante visita ao país do presidente francês, Nicolas Sarkozy, Brasil e França anunciaram que haviam entrado em fase final de negociações para a compra brasileira de 36 caças de combate Rafale.

Lula chegou a dizer que as conversas com a França estavam bastante avançadas e que a decisão seria política.

Porém, dias depois Jobim afirmou que a escolha seria técnica e que o ministério da Defesa não descartava adiar os prazos de entrega das propostas e análises das ofertas."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A "moça das audiências"

Recebi, de uma amiga Advogada, o texto abaixo que foi originalmente postado no blog Juriscacetadas. De certa forma retrata a verdade sobre o Judiciário brasileiro: inerte, encastelado, distante do cidadão “comum” e avesso à realidade que a vida impõe aos seres humanos. Estivesse ali, naquela Vara de Família, o cidadão que não é “comum”, tal como se referiu o Presidente da República (Lula) ao Presidente do Senado Federal (José Sarney), quando do escândalo do Senado, e a “moça das audiências” seria, simplesmente, a moça das audiências.

“Hoje eu tava lá na Vara de Família, aguardando minha audiência. Saiu a moça que faz as audiências (sim a moça... porque juiz mesmo aparece só de vez em quando, quem sabe numa instrução pesada, conciliação... nem pensar..), perguntei a ela se minha audiência iria acontecer, porque tinha um pedido de redesignação (que descobri sequer tinha sido juntado), ela pediu pra esperar um pouco, porque com a pessoa que estava ali era rapidinho. Ali estava um senhor, devia ter entre 35 e 40 anos, negro, pobre, com muito pouca instrução formal. Ele aguardou na sala sozinho, por uma meia hora, que foi quando retornou a moça. Fiquei eu na porta, e por conseqüência, terminei por ouvir todo acontecimento. A ex-esposa do cidadão, muito embora tenha sido intimada a comparecer na audiência, que era de instrução, não veio. Ele, ali estava, sem advogado, somente ele e a "moça das audiências". Ela disse a ele que a mulher dele não veio, e que então queria saber o que ele queria. Coitado, como se ele tivesse alguma condição, de sem a orientação de um advogado saber alguma coisa. Ele queria se separar, era só o que ele podia contar. Ela perguntou sobre o filho, se ele concordava que ficasse com a mãe, ex-exposa, que nem veio a audiência, ele disse que não sabia direito, porque o filho o via pouco, e ele sequer sabia se de fato ele morava com a mãe, pois era muito difícil o contato. Enfim, a "moça das audiências" entendeu por bem em consignar que ele concordava com a guarda com a mãe. Perguntou a ele como seria em relação a casa que eles possuiam, novamente, ele não sabia responder, perguntou o que ela achava, ela disse que em geral era meio a meio. Ele disse que ele que pagava sozinho as prestações mas se ela dizia que era meio a meio, que ele não queria que a ex esposa ficasse sem os direitos dela. A "moça das audiências" ficou meio que tentanto explicar a ele, ou tirar dele, que parte do imóvel ele teria pago sozinho após a separação, ou algo assim, coitados.. a comunicação era difícil, foi impossivel obter uma resposta concreta, e a "moça das audiências" consignou que ele aceitava meio a meio.
Por fim, ela fez uma ata, que "só de zona" vai o nome do juiz e do promotor de justiça em baixo, dizendo que o cidadão X, compareceu, sem advogado, e que concordava com este e aqueles pontos. E pronto, esta foi a audiência de instrução. Instruiu o cidadão, que se ele quisesse mesmo resolver a situação dele, deveria então ligar para a ex-mulher, e irem juntos a UniCuritiba, pois teria sido lá, que a ex-esposa teria conseguido um advogado para propor a ação, e que de resto, ele deveria voltar, de mês em mês, pra ver se o juiz resolvia o caso dele. Ele perguntou então, ué, a senhora não é a juiza?? Que ingenuidade né? Pensar que quem estaria na sala de audiências, fazendo uma audiência, instruindo, etc seria a juíza. Enfim... a "moça das audiências" respondeu que não, que nestes casos o juiz não vem. Fiquei pensando o que significaria nestes casos.. mas achei melhor não alongar a reflexão, que afinal, seria como querer saber o sexo dos anjos. Fiquei querendo intervir, até gritar, senão chorar.. eu que já vinha de uma angústia existencial predecessora de alguns dias, estava a beira de um barraco. Pensei se deveria ir ao gabinete, filmar o que acontecia, falar com a "moça das audiências", qualquer coisa... Mas, me quedei inerte, triste, desolada, congelada na minha impotência perante ao absurdo... Olhei aquele homem, totalmente alijado de auxílio jurídico, porque pobre era. Pensei em entrar na sala, e pedir para "moça das audiências" me colocar ali como advogada dativa, qualquer coisa, que pudesse transformar pelo menos aquele caso que eu ouvia. Não fiz... NÃO FIZ... nem tenho justificativa. Ou melhor, nem vou me justificar. Me omiti, quando devia agir, independente do desgaste que me trouxesse. Mas, NÃO FIZ.
Quanto a "moça das audiências", longe de mim estar dizendo que estar na pele dela é tarefa fácil, aliás tem gente por ai, acreditem, que faz 5 anos de direito, concurso pra juiz, curso da escola da magistratura, passa por estágio probatório, só pra ser a "moça das audiências..."